Governo avalia a viabilidade de o Brasil criar seu próprio sistema de GPS
Grupo foi criado semanas antes de as redes serem tomadas pela possibilidade de os EUA restringirem o sinal do GPS para o Brasil
TECNOLOGIA
Agencia Brasil
7/22/20253 min read
Um grupo técnico composto por representantes de ministérios, da Aeronáutica, de órgãos federais e da Associação das Indústrias Aeroespaciais do Brasil foi instituído para analisar a viabilidade de o Brasil desenvolver um sistema próprio de geolocalização por satélite — um projeto de elevada complexidade técnica e elevado custo.
A missão do grupo é diagnosticar os possíveis impactos estratégicos da dependência brasileira de sistemas de navegação, posicionamento e temporização atualmente operados por potências estrangeiras.
A criação do grupo foi formalizada pela Resolução nº 33 do Comitê de Desenvolvimento do Programa Espacial Brasileiro, assinada pelo ministro-chefe do Gabinete de Segurança Institucional (GSI), general Marcos Antonio Amaro dos Santos. O grupo tem prazo de 180 dias, a partir de 14 de julho, para apresentar ao GSI um relatório técnico com suas conclusões e recomendações.
Segundo Rodrigo Leonardi, diretor de Gestão de Portfólio da Agência Espacial Brasileira (AEB), uma das 14 instituições que compõem o grupo, o objetivo é mapear entraves, benefícios e desvantagens da implementação de um sistema nacional de navegação por satélite. “Vamos avaliar se o país deve investir em um sistema regional, que cubra apenas o território nacional, ou global, o que exigiria investimentos muito superiores aos atualmente alocados no programa espacial brasileiro”, explicou Leonardi à Agência Brasil.
(Bruno Peres/Agência Brasil)
Ele destacou que a adoção de um sistema desse porte requer expertise para projetar, construir e lançar satélites que transmitam sinais precisos para receptores em solo.
Discussões e Contexto Geopolítico
A formação do grupo antecedeu em uma semana o anúncio do então presidente dos EUA, Donald Trump, sobre a aplicação de tarifa de 50% sobre produtos brasileiros a partir de 1º de agosto. O debate nas redes sociais sobre uma possível suspensão ou limitação do acesso do Brasil ao GPS americano reforçou a urgência do tema, embora Leonardi tenha esclarecido que o grupo já estava em formação antes desses eventos.
“Não houve qualquer comunicado oficial de autoridades norte-americanas indicando a possibilidade de restrição do GPS ao Brasil. Ainda que isso fosse cogitado, seria uma medida extrema e improvável”, afirmou Leonardi. Ele também lembrou que existem alternativas técnicas ao GPS.
Leonardi destacou que o termo correto para sistemas de posicionamento é GNSS (Global Navigation Satellite System), e não GPS — este último sendo apenas o sistema operado pelos Estados Unidos. Além do GPS, há outras constelações globais como o Glonass (Rússia), Galileo (União Europeia) e BeiDou (China). Também existem sistemas regionais como o NavIC (Índia) e o QZSS (Japão).
Embora tecnicamente possível, uma eventual limitação do sinal do GPS afetaria negativamente também empresas norte-americanas atuantes no Brasil, a aviação civil e países vizinhos. “Tal ação comprometeria interesses comerciais e operacionais dos próprios EUA, e poderia provocar migração de usuários para sistemas alternativos”, explicou Leonardi.
GNSS e Alternativas ao GPS
Capacidade Técnica e Estratégia Nacional
Geovany Araújo Borges, professor da Universidade de Brasília (UnB) e coordenador do Laboratório de Automação e Robótica (LARA), também acredita que uma suspensão do sinal GPS ao Brasil é tecnicamente possível, mas pouco provável.
Ele ressalta que a maioria dos equipamentos modernos — como celulares, veículos e aeronaves — já opera com receptores multi-constelação, ou seja, são compatíveis com diferentes sistemas de geolocalização. Isso garante resiliência ao sistema mesmo diante de eventual restrição de sinal.
“O Brasil depende de tecnologia estrangeira em uma área extremamente estratégica. Desenvolver capacidades próprias fortaleceria o setor aeroespacial e traria benefícios para diversos segmentos, como a agricultura, a indústria e até mesmo a medicina”, afirmou Borges.
Segundo ele, o país possui mão de obra qualificada para avançar nesse setor. O maior desafio está no financiamento do projeto e na garantia de continuidade da política pública. “Iniciativas como essa levam anos e exigem que também se invista em microeletrônica e educação de base. Ainda que com atraso, a criação desse grupo de trabalho é um passo positivo e necessário”, concluiu.
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By - Seven Asset Holding


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